Heil Livros!
Não cometa esse mesmo erro. Se
você pretende ler um livro e realmente saber tudo que acontece, até mesmo nas
entrelinhas. Não assista ao filme antes de lê-lo. Isso aconteceu comigo, mais
de uma vez. Sou ansiosa. Se descobrir que tem o filme inspirado naquela
história que já tem algum tempo que eu estou querendo ler. Simplesmente não
aguento, preciso ver. Eu amo filmes. Embora dificilmente me recorde depois o
nome deles, não sei o que acontece, dá aquele branco e não sai nada. Aliás, sai
sim, a história toda até alguém me lembrar do bendito título do filme, e isso é
totalmente indiferente se é um Óscar, ou apenas um memorável, “sessão da
tarde”. Mas enfim. Acontece mesmo é fato! Aconteceu com “As cinco pessoas que
você encontra no céu” – tudo bem, nesse eu até mereço um desconto, pois quando
vi o filme, na verdade eu nem sabia que existia o livro, acabei por descobrir
depois, e fiquei com muita vontade de ler, mas o resultado foi um sem número de
vezes de tentativas, falhas. Algumas até de encarar a leitura em pedaços,
desconstruindo até mesmo a trama, mas... Não rolou. E o que me chateia é que é
uma história incrível, carregada de possibilidades infinitas de formas de como
você deve aproveitar a sua vida, de como se deve viver até ao último segundo
com inspiração, sem hesitar diante as dificuldades, encarando a vida de frente,
com entusiasmo, isso tudo e mais. A propósito o filme também é ótimo. Não me
arrependo de ter visto. Pelo menos isso. – Aconteceu com – pasme, pode pasmar mesmo
agora – “A menina que roubava livros”. Por esse eu não me perdoo. Mereço uns
mil e um, açoites depois dessa. Admito! Eu queria ler o livro, mas achei o
filme e ele ficou olhando para mim, e eu fiquei olhando para ele, e vice e
versa. Aqueles lindos olhinhos da atriz que representa a Liesel me olhando
também. Tinha jeito de resistir? Acho que não. Mesmo assim acabei me arrependendo.
De forma alguma pelo filme, que eu vi duas vezes inclusive e é maravilhoso, muito
bem construído, acredito que retrata as páginas do livro por sinal, com bastante
fidelidade literal (levando em conta até onde eu consegui ir) No entanto, é
pela perca do mistério que envolve a luta toda deles em meio, aquela vida tão pouco
espaçada, o interesse em capturar sem “Dar de Ombros” com todas as frases
incríveis que “A Morte” vai narrando enquanto captura um e outro personagem,
apenas com um breve aviso de antemão nas entrelinhas. Por diversas vezes me
peguei embriagada na poesia contida em cada capítulo, que traz muito mais
introspecção dos personagens, do que diálogos entre eles, nos embebeda do
próprio sentimento que cada um tem em relação a situação que se apresenta em
cada cena, do que a forma como eles a exteriorizam de fato para os seus no
devido momento. Tem nesse trabalho, muito mais que uma história, de uma menina
que roubava livros. E sim várias pequenas histórias, contadas sob o véu
intrigante da guerra, em seu entorno, que demonstram o amor verdadeiro que pode
ser encontrado no simples ato de aprender a enrolar o fumo de maneira
impecável, o aperto nostálgico de duas mãos que nada tocam, mas seguram com
firmeza um instrumento, até aquele beijo morto no fim de tudo. Não tem como não
se apaixonar por essa ladra mais fofa que roubou o coração de muitos... Max,
Rosa, Rudy e de papai Hans... Heil Liesel!
Só para registrar, também não
consegui ler, Ema (Jane Austen). O filme é bem delicado, bem morango na cesta
de flores e um bolo doce para o chá das cinco.
*Estou muito ansiosa para
assistir “A Cabana”. Livro top, que de verdade mesmo sendo o maior dos clichês!
Mudou a minha visão de vida. E nesse não tem risco, pois já o li há muitos
anos. Diferente de algumas pessoas, eu raramente releio um livro – talvez até devesse
– mas não tenho paciência, pois a estou aprimorando bem devagar aos poucos. Então...
Vou apenas aguardar o filme. E assistir, que pelo trailer, já me apaixonei.