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segunda-feira, 20 de março de 2017

Heil Livros!


Não cometa esse mesmo erro. Se você pretende ler um livro e realmente saber tudo que acontece, até mesmo nas entrelinhas. Não assista ao filme antes de lê-lo. Isso aconteceu comigo, mais de uma vez. Sou ansiosa. Se descobrir que tem o filme inspirado naquela história que já tem algum tempo que eu estou querendo ler. Simplesmente não aguento, preciso ver. Eu amo filmes. Embora dificilmente me recorde depois o nome deles, não sei o que acontece, dá aquele branco e não sai nada. Aliás, sai sim, a história toda até alguém me lembrar do bendito título do filme, e isso é totalmente indiferente se é um Óscar, ou apenas um memorável, “sessão da tarde”. Mas enfim. Acontece mesmo é fato! Aconteceu com “As cinco pessoas que você encontra no céu” – tudo bem, nesse eu até mereço um desconto, pois quando vi o filme, na verdade eu nem sabia que existia o livro, acabei por descobrir depois, e fiquei com muita vontade de ler, mas o resultado foi um sem número de vezes de tentativas, falhas. Algumas até de encarar a leitura em pedaços, desconstruindo até mesmo a trama, mas... Não rolou. E o que me chateia é que é uma história incrível, carregada de possibilidades infinitas de formas de como você deve aproveitar a sua vida, de como se deve viver até ao último segundo com inspiração, sem hesitar diante as dificuldades, encarando a vida de frente, com entusiasmo, isso tudo e mais. A propósito o filme também é ótimo. Não me arrependo de ter visto. Pelo menos isso. – Aconteceu com – pasme, pode pasmar mesmo agora – “A menina que roubava livros”. Por esse eu não me perdoo. Mereço uns mil e um, açoites depois dessa. Admito! Eu queria ler o livro, mas achei o filme e ele ficou olhando para mim, e eu fiquei olhando para ele, e vice e versa. Aqueles lindos olhinhos da atriz que representa a Liesel me olhando também. Tinha jeito de resistir? Acho que não. Mesmo assim acabei me arrependendo. De forma alguma pelo filme, que eu vi duas vezes inclusive e é maravilhoso, muito bem construído, acredito que retrata as páginas do livro por sinal, com bastante fidelidade literal (levando em conta até onde eu consegui ir) No entanto, é pela perca do mistério que envolve a luta toda deles em meio, aquela vida tão pouco espaçada, o interesse em capturar sem “Dar de Ombros” com todas as frases incríveis que “A Morte” vai narrando enquanto captura um e outro personagem, apenas com um breve aviso de antemão nas entrelinhas. Por diversas vezes me peguei embriagada na poesia contida em cada capítulo, que traz muito mais introspecção dos personagens, do que diálogos entre eles, nos embebeda do próprio sentimento que cada um tem em relação a situação que se apresenta em cada cena, do que a forma como eles a exteriorizam de fato para os seus no devido momento. Tem nesse trabalho, muito mais que uma história, de uma menina que roubava livros. E sim várias pequenas histórias, contadas sob o véu intrigante da guerra, em seu entorno, que demonstram o amor verdadeiro que pode ser encontrado no simples ato de aprender a enrolar o fumo de maneira impecável, o aperto nostálgico de duas mãos que nada tocam, mas seguram com firmeza um instrumento, até aquele beijo morto no fim de tudo. Não tem como não se apaixonar por essa ladra mais fofa que roubou o coração de muitos... Max, Rosa, Rudy e de papai Hans... Heil Liesel!
Só para registrar, também não consegui ler, Ema (Jane Austen). O filme é bem delicado, bem morango na cesta de flores e um bolo doce para o chá das cinco.

*Estou muito ansiosa para assistir “A Cabana”. Livro top, que de verdade mesmo sendo o maior dos clichês! Mudou a minha visão de vida. E nesse não tem risco, pois já o li há muitos anos. Diferente de algumas pessoas, eu raramente releio um livro – talvez até devesse – mas não tenho paciência, pois a estou aprimorando bem devagar aos poucos. Então... Vou apenas aguardar o filme. E assistir, que pelo trailer, já me apaixonei.