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sexta-feira, 1 de julho de 2016

A Moda do Abacaxi 

Bem, eu não faço a mínima ideia de quem foi a primeira pessoa a utilizar frutas para compor a moda. Assim sem pesquisar posso rapidamente citar Carmem Miranda. Nossa mais que célebre cantora nacionalmente conhecida pelas composições carnavalescas interpretadas por uma voz forte lembrada pelo ornamento tropical mais composto que qualquer pessoa com algum bom senso conseguiria usar, claro, pois não era para qualquer um mesmo, foi apenas dela, e depois, das pessoas que a imitariam no decorrer dos anos sempre em sua homenagem, logicamente. Mas a questão aqui não é bem essa. Não são as frutas tropicais em si ou os ornamentos das cabeças dos artistas. Mas sim. Uma fruta particular em si. Com a sua casca grosseira, a sua coroa espinhosa. A cor, não exatamente cítrica. Mas o sabor esse sim, com toda certeza. Estou falando sim, do Abacaxi. Não tenho nenhuma coisa contra o abacaxi. Longe de mim uma crítica de mal gosto a essa fruta tão saborosa (em alguns casos com um pouquinho de açúcar por cima, assado também tem um sabor delicioso e dentro do recheio da torta mineira então, nossa, é para morrer comendo). Mas não é para falar de culinária que estou escrevendo, até porque, não tenho a menor moral para discorrer sobre o assunto. Não que tenha alguma moral nos outros, mas enfim. Vou apenas deixar a minha singela opinião sobre uma coisa que andei observando nos últimos dias e que na verdade nem sei ao certo porque me incomodou. Sem mais, vamos ao que interessa. 
Gente. Mas o que é isso? Provavelmente foi a busca por inspirações que lembrassem o frescor em seus sabores, tanto quanto a riqueza de suas cores. Sou uma pessoa realmente apaixonada por moda. Não sou do tipo que fica correndo atrás das ultimas tendências, até gostaria de fazer isso com mais frequência, mas acabo esquecendo. No entanto com todas as facilidades que a vida moderna nos trás, nem precisamos ir muito fundo, pois a novidade simplesmente vem até nós em apenas alguns cliques. Basta entrar em qualquer uma das redes sociais as quais estamos interligados, que elas vêm como uma maré de informações desconcertantes. E vou confessar. Eu amo mesmo tudo isso. Acho ótimo nem precisar ir atrás e. Plin! A informação cair bem aqui na palma da minha mão. Foi exatamente assim que aconteceu com o “abacaxi”. Gente. Mas o que é isso? E não é nenhum abacaxi problemático não, ao contrário, bem, pelo menos não para mim. Abri eu, a minha rede social preferida (uma na qual podemos ver as fotos mais incríveis, dos lugares mais interessantes por onde o homem pode pisar na face da terra). E tamanha foi a minha surpresa ao me deparar com um abacaxi. Não era um abacaxi discreto não, e nem estava em uma dessas fotos de prato, ou mesa, não tinha nada a ver com culinária. Mas sim, insipidamente com “moda”. Nada a menos que a estampa em uma regatinha, bem simplória, de uma marca bem famosa, diga-se de passagem, um ‘abacaxizão’. Agora eu pergunto de novo. Mas o que é isso? Sim. Um abacaxi, isso eu entendo. Acredito e rezo que apesar de estarmos no inverno aqui no Brasil, as coleções de verão na Europa, embalaram e estão indo direto para os armários a espera do novo frisson do inverno europeu, do ano que vem, por que tudo na moda não corre, voa. De tal forma que usaram os tais abacaxis. E a única desinformada aqui, era eu. Nego-me a acreditar, nessa única explicação, sem remédio.

Mas uma estampa de abacaxi? Tudo bem, dar destaque a uma fruta só. Eu mesma fiz isso, com a maçã mordida, não antes de outra marca top de tecnologia, claro. O que não me conformo, é com a combinação das cores, unido a total falta de cuidado com o pobre do abacaxi, que virou em uníssono quase que a totalidade da peça. Ou seja. Se ele pudesse falar, diria. “Vista-me! Eu sou o seu melhor abacaxi!” Claro, que com alguma sorte se ele pudesse se ver, no espelho, como a pessoa que vai usar essa peça burlesca, posso até imaginar seus lindos olhinhos pequenos, rapidamente sendo encobertos por mãozinhas que na falta de imaginação mais farta usaria mesmo duas das folhas da sua coroa em posição invertida. Tampando a própria visão. O “abacaxi” não é o mesmo em si. Mas a forma como foi retratado. O desleixo, a falta de forma, de cor, de atitude. Falta de identidade visual, que não existe nessa obra. Para mim, não importa se você vai fazer apenas uma estampa de camiseta. Ela tem que ser simples. Concordo. No entanto é imprescindível que qualquer pessoa no mundo consiga ver através dessa estampa, a identidade da marca através do designer. Que nada mais é a ferramenta chave da transparência da marca. Portanto, espero continuar vendo muitos “abacaxis” sendo produzidos para as grandes marcas, assim a minha alegria estará em alta. Vou até desenhar um abacaxizinho depois dessa, em homenagem aos abacaxizeiros de plantão. Bora trabalhar! Que é para não aparecer nenhum abacaxi que não seja fruta bem 'docinha' de comer tirando proveito. 

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